Vereador licenciado da Câmara dos Vereadores de Santa Maria, Blattes falou sobre os golpes relacionados a empréstimos consignados, que envolvem, principalmente, aposentados e pensionistas. Ele afirma que é possível relacionar estes casos ao superendividamento da população. Segundo o diretor, é nesse momento que o consignado aparece como uma facilitação do crédito para o público, sendo necessário atenção aos riscos.
– Muitas vezes, por falta de informação, as pessoas confundem crédito consignado, cartão de crédito consignado e saque do consignado como sinônimos, porém, são coisas diferentes e é importante que se faça essa diferenciação. Muitas vezes o individuo acaba contratando algo mais caro pensando que é o mais barato – afirma.
A contratação de créditos consignados envolve um desconto mensal diretamente no folha de salário. É importante se atentar também para a recontratação desse serviço:
– Imagine que a pessoa contrata esse serviço por 30 meses. Após o 10º mês, recebe uma ligação avisando que mais crédito foi liberado, sem muitas explicações. A pessoa entende que aquele valor liberado faz parte do seu orçamento, mas não é. Isso rende juros altíssimos e pode gerar endividamento – clarifica.
Outro ponto ressaltado é sobre a divulgação dos dados dos aposentados, sem consentimento. Ele afirma que o Ministério da Justiça faz reuniões contínuas para obter acesso a relatórios que tratam da responsabilidade desses vazamentos.
Em 2022, somente no Estado, foram recebidas 4,6 mil denúncias envolvendo falsas promessas de crédito consignado. Já no país, esse número beira a casa dos 57 mil.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) coordena mais de 100 procons espalhados por todo o país. Nesta quarta-feira (12), ocorrerá o encontro dos Procons do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, com a presença do diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor.
Plataformas digitais
Ouro ponto abordado na conversa foi sobre a disseminação de notícias falsas nas plataformas digitais. Ele afirma que as plataformas devem ser responsabilizadas pela veiculação, pela lucratividade e monetização de discursos de ódio e desinformação feitos em seus domínios:
– Representando a Senacon, participei de uma reunião chamada pelo ministro Flavio Dino, junto com o Secretário de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e da Polícia Federal com grande parte das plataformas digitais. O objetivo foi tratarmos desse assunto com muito cuidado, pois o que está em jogo é a vida das pessoas, principalmente crianças e professores nos últimos dias, por causa das fake news envolvendo possíveis ataques às escolas – conta.
Ele conclui afirmando que os autores esses discursos devem ser encontrados e se as plataformas que forem coniventes com tais atitudes, precisam ser responsabilizadas.
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